Parte 1: Você não é a sua mente
- Leãozinho

- 13 de mai. de 2024
- 3 min de leitura
“-Quero o que você tem. Você pode me dar ou me mostrar como conseguir?”
-Você já tem. Mas não consegue sentir porque a sua mente está fazendo muito barulho.”

Contexto
Durante a pandemia de 2020, eu sofri com crises de ansiedade. Eu estava isolada no apartamento em que eu morava em São Carlos, SP no período em que eu estava no mestrado.
Eu havia passado por uma cirurgia, estourou a pandemia, milhares de pessoas morrendo, eu ainda tinha que conduzir experimentos para finalizar o meu mestrado, o centro espírita que eu frequentava estava fechado, deixei de pedalar todos os dias, deixei de fazer musculação porque tudo era um risco de contaminação.
No 5º mês de lockdown, isolamento, eu senti que eu precisava fazer algo para diminuir a minha ansiedade ou eu ia pirar.
Então, iniciei a prática de yoga.
Após algumas aulas eu comecei a perceber como meu estado físico, emocional e espiritual se transformava de agitação para serenidade. Eis o momento que me abri para o assunto meditação.
Antes de iniciar as aulas de yoga eu achava o assunto meditação monótono, sem sal e conversa de hippie que abraça árvores (preconceito: não valorizo, mas quem nunca?), só que hoje vejo a meditação com outros olhos.
Comecei a assistir documentários e buscar mais informações sobre o que era meditação e quais eram os seus efeitos, tanto para o corpo, quanto para a mente. E eu ainda estou nessa busca... aos poucos vou me aprofundando no assunto.
Atualmente, finalizei a leitura do livro "O poder do agora: um guia para a iluminação espiritual" de Eckhart Tolle.
A realidade é que achei o livro longo e repetitivo.
A mensagem que o autor parece querer trazer, a meu ver, poderia ser resumida e separada em capítulos curtos e objetivos. Além disso, eu não curto livros que se intitulam como "guias" para um caminho espiritual, pois passa a ideia de que a vida, nossos comportamentos e decisões podem ser organizados e seguidos como uma receita de bolo.
A vida é uma caixinha de surpresas! Não, a vida não é uma receita de bolo.
Porém, eu selecionei alguns trechos que me parecem ser a essência da meditação e que considerei que podem auxiliar as pessoas que sofrem, como eu, com ansiedade.
É importante considerar que vou partir de um pressuposto sobre a ansiedade: a ansiedade como uma emoção relacionada ao excesso de futuro.
Então, separado em temas irei compartilhar com vocês os trechos do livro que mais me marcaram.
Respire, diminua o ritmo e me acompanhe…
.
“Em geral, você simplesmente não usa a mente. É ela que usa você.
A voz dentro da cabeça - são os processos involuntários do pensar - que acreditamos que não podemos interromper -, manifestando-se como monólogos ou diálogos contínuos. A voz pertence à mente condicionada, que é resultado de toda a nossa história passada, bem como dos valores culturais coletivos que herdamos.
Muitas pessoas vivem com um torturador em suas cabeças, que as ataca e pune sem parar, drenando sua energia vital.
A boa notícia é que podemos nos libertar de nossas mentes.
Ouvir um pensamento significa que você está consciente não só do pensamento, mas também de você mesmo, como uma testemunha daquele pensamento.
Sentir a própria presença não é um pensamento, é algo que surge de um ponto além da mente.
Quando você ouve o pensamento, sente uma presença consciente, que é o seu interior mais profundo. O pensamento se afasta, percebemos uma interrupção no fluxo mental, um espaço de “mente vazia”. Esse é o começo do estado natural (…)
Todas as coisas realmente importantes como a beleza, o amor, a criatividade, a alegria e a paz interior surgem de um ponto além da mente.
Você não é a sua mente.”
Para finalizar, vou convidar você a observar os seus pensamentos nos momentos mais inesperados ou quando estiver vivenciando as emoções mais intensas.
Você é esses pensamentos?
Você pode substituir esses pensamentos por outros?
Você será esses novos pensamentos?



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