Da varanda

Da varanda do 5º andar...

Eu vejo árvores, flores, aves

Eu vejo nuvens das mais diversas!

Por vezes estão brancas como um algodão,

Ou estão carregadas com cores acinzentadas

E indicando que virá uma tempestade

Tempestades indo, tempestades vindo...

Já no fim da tarde as nuvens aparecem cheias de tons de laranja, amarelo, roxo, rosa...

Como é bom assistir o pôr-do-sol dessa varanda!

Da varanda do 5º andar...

Eu vejo pessoas, casas, carros, trânsito, cães e gatos

Observo os gatos caminhando pelos telhados

Me pergunto: "Será que os donos imaginam onde estão seus bichanos nesse momento?"

Já os cães, eu observo o comportamento

Se eles estão estressados, se são mimados, bobões ou bravos

Reparo nas pessoas

De todos os tipos, altas e baixas, adultos e idosos, crianças e bebês.

Da varanda do 5º andar...

Eu vejo o mundo que estou me relacionando

Me vejo.

Ao olhar pra mim percebo meus sentimentos...

Muitas vezes sinto solidão.

Tenho longos e profundos monólogos sobre os meus processos emocionais...

Às vezes são dolorosos,

Às vezes são um reencontro com minha essência,

Às vezes encontro uma Luana sem pressões sociais e culturais

Uma Luana sem estar almejada.

Penso livremente, sem interrupções, sem ninguém...

Da varanda do 5º andar...

Alguém me reparou!

Poucas pessoas me reparam...

Elas param para ficar olhando...

Parecem curiosas, desconfiadas, tímidas.

Só que a vida é apressada demais,

Poucas são as pessoas que param!

Às vezes retribuo com um sorriso,

Mas as máscaras estão tampando os sorrisos...

E ficaram apenas os olhos!

Nunca imaginei que sentiria saudade de ver sorrisos...

Sorrisos inesperados do dia-a-dia!

Da varanda do 5º andar eu posso sorrir para o mundo sem medo...

Transmitindo, nada. Além de afeto.

E posso celebrar a vida…

Eu estou viva!