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Minha 1ª viagem sozinha

  • Foto do escritor: Leãozinho
    Leãozinho
  • 31 de dez. de 2018
  • 11 min de leitura

Atualizado: 11 de jan. de 2019

Viajar sozinho não é algo incomum, mas, algumas pessoas ainda consideram estranho e sem graça fazer uma viagem nestas circunstâncias. Estamos sempre rodeados por pessoas, a carência afetiva é muito grande ou a pressão social que te fazem acreditar que você só é feliz se está com alguém. Sem me aprofundar muito, mas, para fazê-los entender a ideia que quero passar faço-lhes as seguintes perguntas:

-Qual foi a última vez que você realizou um hobby sem necessariamente estar acompanhado? Com que frequência você faz isso?

-Você consegue curtir sua própria companhia?

-Você se incomoda em sair sozinho, pois não arrumou nenhuma Cia para ir contigo?

Dependendo das suas respostas você vai notar o quanto você passa um tempo só com você e está em paz com isso ou o quanto necessita de outras pessoas.


Além disso, reflita sobre:

-O quanto você acha que se conhece? Que está bem consigo mesmo?

Com essas reflexões podemos entender os motivos de considerarem estranho e sem graça viajar sozinho.

Além disso, no Brasil o senso comum diz que é arriscado uma mulher viajar sozinha e justifica-se com base no que os noticiários reproduzem diariamente sobre tragédias e violências. Assim, é comum um sentimento de medo ao optarmos por viajar só (ainda mais quando gostamos de se enfiar no mato rsrs).

Deparamo-nos todos os dias, o tempo todo com falas e atitudes dos outros (ou até mesmo nossas) em que somos colocadas como frágeis, e também, o machismo nos coloca como incapazes. Isto ocorre de tal forma que chegamos a acreditar que só estamos seguras se um homem estiver ao nosso lado. Diante dessa nossa construção social, é muito importante nós (mulheres) encararmos (mesmo com medo) alguns desafios para trilhar nossos sonhos e ir desconstruindo limites que nos foram colocados o quais vivemos acreditando.

Impossível não trazer essa reflexão para fundamentar o porquê é tão importante para as mulheres viajarem sozinhas. Assim, consequentemente o quão importante é para mim o relato desta viagem.

Essa viagem aconteceu meio por acaso, meio não tão por acaso assim.


Meio planejada, meio não planejada.

Há um ano e meio eu me formava na Federal de Lavras, cidade do Sul de Minas Gerais. Lavras está situada há cerca de 60 km de Carrancas - MG, município famoso por suas cachoeiras maravilhosas. Durante meus 5 anos de graduação, desejei conhecer esse pequeno paraíso, mas por N motivos me formei e nunca conheci as suas águas cristalinas.

Porém, ano passado na minha formatura eu prometi a mim mesma: Quando retornasse a Lavras para buscar meu diploma iria conhecer Carrancas.

Conhecer essa cidade e suas belezas naturais era mais que um desejo, se tornou uma questão de realização pessoal, já que significava para mim algo como "não preciso esperar por alguém para ir conhecer os lugares que tenho vontade".

Parece bobagem sonhar conhecer essa cidade com cerca de 3.000 habitantes, com cachoeiras belas, porém bem antropizadas. Porém, tudo se resume a: -O que faz de um desejo, um sonho?

A princípio tudo era apenas um desejo. Só que, depois de determinados acontecimentos pessoais esse desejo ganhou importância e foi então que se tornou um sonho.

Para mim os sonhos são construídos não só pela atratividade do local, acredito que tem muita mais a ver com o significado pessoal que você dá a um desejo. Ou seja, incorporar importância ao seu desejo - baseado por quaisquer motivos que sejam relevantes para você - é o que faz a transição de um desejo para um sonho.

Deixando de nove horas, vamos lá falar sobre a viagem?

O que eu planejei com antecedência: lugar para ficar.

O que eu resolvi um/dois dias antes: locomoção e alimentação.

O que eu resolvi quando cheguei lá: o roteiro.


A construção, patrimônio histórico-cultural de Carrancas, data da primeira metade do século XVIII e fica na Praça Manoel Moreira.
Igreja Nossa Senhora da Conceição, Carrancas, MG

LOCOMOÇÃO

Eu fui de Ônibus de Lavras-Carrancas. Há apenas dois horários e estes variam em relação aos dias de semana e aos finais de semana. Então, sugiro que ligue na Viação São Cristóvão, que é responsável pela linha, e se informe sobre os horários ou acesse o site http://www.carrancas.com.br/servicos/index.shtml.

No meu caso, não compensava alugar um carro por que o meu orçamento era muito limitado e o valor do aluguel de automóvel por dia na Localiza em Lavras custava de cerca de 150 reais, enquanto que a passagem de ônibus custava cerca de 20 reais.


Assim, embarquei no ônibus ao final da tarde de sexta-feira e cheguei a Carrancas no início da noite. Contudo, como estamos com horário de verão o Sol ainda estava torrando minha cabecinha quando cheguei - achei ótimo.


Fim de tarde na Rodoviária de Carrancas, MG

Só que você deve estar se perguntando: Mas, e para chegar até as cachoeiras? Você fez como? Então, eu optei por me arriscar em um rolê de bike.


Durante este ano fiz da bicicleta meu meio de transporte diário em São Carlos, SP e me senti preparada a arriscar pedalar na terra e distâncias maiores do que as que eu estava fazendo diariamente na cidade - cerca de 10 km.


Mas, se esta não é uma opção para você tudo vai depender das cachoeiras que você quer visitar , da localidade em que está hospedado, já que em alguns casos é possível ter acesso às cachoeiras a pé.


Ou seja, tudo depende do que você quer, da grana que está disposto gastar e das suas circunstâncias de hospedagem.

Aluguei a bike com o Sebastião, encontrei seu contato pelo https://www.facebook.com/carrancasoutdoor/ e ele me forneceu um ÓTIMO atendimento. O aluguel incluiu bike, capacete, garrafinha, estepe e bomba.

Eu o indico por ele ser ótimo de negócio, como também, por participar de um grupo que pedala na região. Ele me deu dicas das cachoeiras que eram interessantes e das rotas que eu poderia fazer sozinha tranquilamente. Além de tudo, me ajudou a conseguir um transporte até a chácara no dia que cheguei - eu estava com uma mochila pesada e uma sacola térmica cheia de comidas e decidi que pedalar 4 km com uma bike sem bagageiro seria muito desconfortável nestas condições.


Em Carrancas há serviço de táxi, mas pelo que entendi você combina antes com os motoristas e não necessariamente eles ficam disponíveis no ponto de táxi.



A HOSPEDAGEM

Eu não gastei com hospedagem. Por sorte tenho uma amiga que a família tem chácara lá e eles me confiaram à chave da casa durante o final de semana. Mas, sei que há diversas pousadas e, assim, aconselho que pesquise no Tripadvisor ou no Google de acordo com as cachoeiras que deseja visitar já que muitas vezes estão localizadas em direções opostas da cidade.

Como foi ficar sozinha em uma chácara duas noites? O final de semana na casa contava só com a presença do Manhoso, Simba e Jack, os três cães vigias.

Tomando sol da manhã em companhia do Jack e Manhoso

O fato de ficar sozinha no sítio com três cães foi o que mais deixou as pessoas assustadas quando eu relatava sobre minha viagem. E, claro que antes de saber como era a chácara eu também estava apreensiva! Afinal, ficar sozinha, sem transporte, afastada da cidade, em um lugar que você não conhece e ninguém te conhece não é o tipo de perspectiva que nos dá tranquilidade. Mas, eu encarei a situação mesmo com medo.


Quando cheguei à chácara percebi que foi uma das melhores decisões da minha vida! Que lugar maravilhoso!!! Meu coração ficou em paz ao sentir que eu tinha feito à escolha certa.


Me tranquilizou o fato do 3G do meu celular funcionar, me deu aquela segurança ao pensar que "qualquer coisa eu entro em contato com a polícia e/ou algum conhecido".

E assim, iniciei minha aventura sozinha.



OS PASSEIOS


Acordei todos os dias antes do amanhecer e tomava café da manhã vendo o sol surgindo por trás da Serra.




Nascer do Sol

Preparei minhas marmitas na sexta à noite, organizei minhas coisas, tomei banho na ducha que ficava na área externa da casa (sim, virei a tia doida peladona), me familiarizei com os cãezinhos e fui para cama cedo.

SÁBADO PEDALANDO ATÉ COMPLEXO DA ZILDA

Decidi conhecer o Complexo Zilda no sábado, saí às 07h30m da manhã. Foram 28 km ida e volta. Muitas descidas e subidas (altas vezes empurrando a bike). Três paradas estratégicas na sombra para recuperar fôlego, mas, principalmente para esfriar meu corpo. Utilizei GPS para saber o caminho, consegui sinal o percurso quase todo só que meu número é VIVO - acho a operadora com melhor cobertura de sinal. Fiz todo percurso seguindo a mesma estrada de terra utilizada pelos carros. Gastei 2h, pedalei com calma, parando para fotografar e respeitando os limites do meu corpo.

Levei 1L de água na ida e 1L na volta, mas levaria mais um pouco da próxima vez por que jogar água no rosto me ajudou bastante a aguentar o sol muito quente.

Chegando ao local pedi informações no Bar da Zilda que fica ao lado da Cachoeira do Índio.

Cachoeira do Índio, Complexo da Zilda - Carrancas, MG

No Bar da Zilda Seu Adailson me recebeu super bem, me deu a dica de todas as cachoeiras do complexo, me deu chinelos para ir às cachoeiras, deixou que minha bike ficasse lá enquanto eu explorava o local e ofereceu carona de volta caso eu necessitasse.

Fui tão bem recebida que resolvi almoçar lá e pedi que guardassem a marmita do almoço que levei.


Bar da Zilda

Por fim, ainda ganhei um mega desconto e a entrada gratuita para o Poço do Saci e a Cachoeiras dos Anjos situada na propriedade da charmosa Pousada Pontal do Moleque (https://www.facebook.com/pousadapontaldomoleque/) que é gerenciada pelo João Baleia e pela Lucimar. Eles me receberam com carinho e tiveram a paciência para me explicar como funcionava o acesso às cachoeiras. A pousada deles é um charme e ao contar que eu estava de bike ficamos alguns minutos conversando sobre as pessoas que se hospedam com eles para irem pedalar até região de Minduri-Mg.


Poço do Saci, Complexo da Zilda. Carrancas, MG

Única queda d'água que fiquei completamente sozinha <3

Não cheguei a Cachoeira dos Anjos por que tentei acesso caminhando no curso do rio, como Lucimar havia me explicado. Mas, sabemos que é arriscado durante o verão fazer um trajeto assim devido a quantidade de chuvas e, assim, consequentemente a ocorrência de Trombas d'água. Então, eu caminhei alguns metros e vi nuvens de chuvas se formando à montante do rio e como sou bastante cautelosa decidi retornar.

Visitei o famoso Escorregador, paguei 5 reais para entrar. Achei legal, mas não acho que vale repetir a visita. Contudo, imagino que para crianças é um local bem interessante de levá-las para conhecer, elas vão se divertir!

Escorregador, Complexo da Zilda. Carrancas, MG

Seguindo um pouca mais a trilha que dá acesso ao Escorregador tempos essa queda d'água gostosinha de curtir, recomendo!



As cachoeiras em grande maioria pagam para entrar. Se você for aos finais de semana, principalmente durante as férias e feriado, pode contar com o fato que elas estarão lotadas. São locais de fácil acesso em que não necessita percorrer trilhas longas e/ou difíceis para ter acesso às quedas d'água.

Hora de almoçar e preparar para o retorno. Estava anoitecendo por volta das 19h30min, assim, planejei um retorno com duração de 02h30minh antes do pôr-do-sol. Almocei às 15h para dar um tempo para a digestão e, assim, realizar tranquilamente o retorno.


PF que é oferecido pelo Seu Adailson no Bar da Zilda

Com isso, depois que almocei notei que não iria ter tempo para conhecer as outras cachoeiras do Complexo Zilda. Então, eu fui conhecer as pinturas rupestres e fiquei sentada à beira da Cachoeira do Índio aguardando dar o horário de retornar.




Hora de voltar! Fiquei impressionada com o quão íngreme foi o caminho que percorri e que na ida não tinha me dado conta. Nas subidas passei a maior parte do tempo empurrando a bike - o cascalho, meu cansaço e falta de preparo físico (fôlego) contribuíram pra isso.




Percorri a rota de volta dentro do tempo estimado, cheguei à chácara a tempo de tomar banho na ducha curtindo um extraordinário pôr-do-sol.



Deu tudo certo neste primeiro dia, exceto que ao chegar onde estava hospedada notei o pneu furado e foi quando percebi que havia esquecido o estepe e a bomba pra fazer a troca com o Sebastião. Tentei entrar em contato com ele para tentar ver um meio de resolver a situação, mas ele tinha viajado para um evento em outra cidade e não consegui contato.

Assim, fui dormir sem saber como seria meu domingo.


DOMINGÃO NA CACHOEIRA DO MOINHO

Acordei cedo e cheguei à conclusão que meu rolê de bike estava finalizado. Então, decidi ir à cachoeira do Moinho que ficava próxima - a entrada ficava à poucos metros do local em que estava ficando.



Coloquei a bota, arrumei minhas coisas, tomei o café e fui. A caminhada não deu nem 5 minutos, na entrada uma moça chamada Soraia fiscalizava a entrada de turistas. Eu disse estar hospedada nas imediações e ela não me cobrou nada.

Na trilha dei de cara com um lindo cerrado e caminhando mais um pouco uma linda vista de Carrancas.


Vista de Carrancas da Trilha de Cerrado que dá acesso à Cachoeira do Moinho

Só que, a maior surpresa foi quando cheguei à cachoeira. Primeiro, a cachoeira estava extremamente cheia, me senti no piscinão de ramos!!! Segundo, que ela era maravilhosa! Resolvi caminhar em direção à parte alta da cachoeira na esperança de encontrar um lugarzinho só meu, vazio e em paz. Doce ilusão! Consegui sossego, mas havia gente por todos os lados, crianças brincando e cachorros soltos. Desejei ter ido durante semana fazer esse passeio. De qualquer forma, acabei me adaptando e achando um local em que ficava sozinha, sem ninguém conversando ao meu lado e consegui tomar sol curtindo apenas o som da natureza.


Por lá fiquei durante toda manhã e tarde de domingo.


Cachoeira do Moinho - Carrancas, MG



Cachoeira do Moinho - Carrancas, MG





Eu sou tipo de pessoa que gosto de cachoeiras vazias, com trilhas de mata nativa, sem presença de animais domésticos. Digamos então que amei as cachoeiras que escolhi visitar, mas elas eram totalmente o oposto do que eu curto.


Me programei de ir embora às 19h neste mesmo dia, consegui contato com Sebastião e ele foi gentil em buscar a bike e me dar uma carona até a "rodoviária".

MEDO x INTUIÇÃO

Meu maior problema em realizar uma viagem sozinha era o medo, insegurança.

Senti medo sim. Durante à noite fechava todas janelas da casa. Quando os cães latiam meu coração disparava, dormia com facão ao lado da cama e já tinha uma rota de fuga planejada na cabeça. Não saí falando para as pessoas que eu estava sozinha, muito menos dava direção de onde estava hospedada. Menti dizendo ser prima da minha amiga e ficava atenta quando estava na chácara sozinha. Doida? Talvez.

O medo tentou me sabotar antes de ir - me peguei arrumando mil desculpas para não encarar essa viagem. Mas, eu enfrentei e fui assim mesmo.

Sou uma pessoa muito cautelosa, sempre ando no mato atenta, quando estou em cachoeiras fico atenta ao nível d'água e a formação de nuvens de chuva. Um conselho que daria a uma mulher que também quer viajar sozinha e curtir a natureza seria: Respeite a natureza, respeite as pessoas, mas acima de tudo, respeite os seus limites. Este último, digo ser o mais importante quando se está sozinha. E, saiba distinguir medo de intuição!

Sobre intuição: QUANDO A ESMOLA É DEMAIS, O SANTO DESCONFIA!

Seu Adailson do Bar da Zilda foi ótimo! Eu perguntei a ele sobre carona de volta para cidade por achar que eu não daria conta de pedalar na volta e quando ele disse que retornaria à cidade e me dava uma carona eu pensei "Oba, que sorte!".

Mais tarde enquanto eu estava curtindo o Poço do Saci me perguntei como eu faria a volta "Bike ou Carona?" e, foi então, que me surgiu uma desconfiança - "Luana, você vai mesmo voltar sozinha com esse homem que nem conhece? Ele notou que você veio sozinha, está sendo todo solícito, essa situação não está muito confortável?" E então, minha intuição me disse: "Não vá com ele. Volte pedalando e se cansar, vá andando! Você já caminhou bem mais que 12 km em um dia..."

Assim fiz. Agradeci e fiquei durante o percurso atenta se ele passaria de carro - já que havia afirmado ter que ir à cidade resolver algumas coisas. Resultado? Hora nenhuma vi seu carro passar.

TEM VONTADE DE VIAJAR SOZINHA?

Se você tem vontade de viajar sozinha escolha um destino que a deixe confortável, que te passe o mínimo de confiança. Vá devagar e escolha o passeio que te agrada e que você sabe estar dentro dos seus limites. Esse é o segredo: saiba os seus limites - emocionais, psicológicos, físicos - e novamente, aprenda a diferenciar o seu medo da sua intuição.



O QUE EU ACHEI DA MINHA VIAGEM


Extraordinária!

Curtir a própria companhia é um prazer que temos que aprender a praticar.

Achei o destino maravilhoso, este passeio foi um presente de aniversário e uma virada de ano pra mim.

Na água corrente repensava sobre meu ano, sobre o quanto mudei, cresci e amadureci. Fiquei satisfeita ao notar todos os medos que enfrentei.

Senti que sou uma nova mulher, a Luana de 2017 estava perdida e agora estava se reencontrando.

Experimentei uma felicidade sem tamanho, senti ter cumprido tudo o que me propus no ano passado.

Senti ter mais força do que eu imagino ter e que agora sim eu estava libertando a minha essência.


A gente se ama mesmo sem maquiagem, com todas as nossas marquinhas!

Se eu pudesse resumir 2018 em algumas palavras, uma delas seria sem dúvida LIBERDADE.

Nas águas geladas de Carrancas deixei que seguisse com a correnteza todo o passado, tudo o que eu não queria mais em minha vida, todo sentimentos, as pessoas, as emoções, momentos, lembranças, os traços da minha personalidade que não quero mais comigo.

Lavei meu corpo, minha mente e minha alma.



Na semana seguinte fiz aniversário.


Meu Ano Novo é diferente do das outras pessoas, ele começa todo 23 de Dezembro.

Meu Ano Novo iniciou-se nesta viagem e a passagem completou-se quando fiz 25 anos.


Obrigada, Carrancas.



Serra de Carrancas, MG

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